sábado, abril 19, 2008

Eu quero o que for cru

O primeiro grande amor que tive era poeta, romântico e sofredor... tudo era difícil o que se tornava mais gostoso, e, eu bem no fundo gostava daquele sofrimento, achava que por trás daquilo haveriam dias lindos. Não houve.
Após ele peguei nojo de poesia, das coisas que rimavam e faziam a vida parecer mais bonita. Eu queria a dureza da realidade, a frieza... acreditando que aquilo me mostraria o que era verdadeiro. Ah, se a vida fosse previsível.
Passado algum tempo, mais precisamente bem pouco tempo, me encantei pela poesia novamente, pelas canções que embalam sentimentos, pelas letras que te mostram o quanto és importante, pelos planos de um futuro bom. Junto com ela, aquela velha dorzinha do medo, da insegurança, as lágrimas que clareavam o coração e turvavam razão, o nó na garganta, a saudade e a ânsia de viver tudo, tudo, tudo...
Só que poesia tem duração... a rima acaba ou o sentido se desfaz. E fim.
Eu aprendi que não é a poesia que torna as coisas mais fáceis, mais bonitas e agradáveis mas, é a simplicidade do amor que cria a poesia e torna o ar respirável, o paladar apurado e a sensibilidade aflorada, te fazendo enxergar a beleza escondida e a encontrar o sentido da vida.


com simplicidade tua presença é capaz de causar coisas absurdas em alguém, tornando visível as cores que ela só tem no coração.