sexta-feira, julho 17, 2009

André

“Nada aconteceu em todos esses anos” é o que diz a letra da música... Subitamente fui tomada pela lembrança do André, eu o adorava. Pelas esquisitices de alguém que vomitava com facilidade, usava pó compacto a ponto de deixar o rosto branco, mas sempre dizia ser leite de colônia, num calor de 40 graus “lá vem o André!” ele era denunciado pelo perfume, tão forte que grudava na roupa da gente quando o abraçávamos, uma vaidade que chegava a ser engraçada pela total falta de jeito, mas eu o adorava principalmente pela doçura... Pelo jeito delicado e divertido de tratar as pessoas. De me tratar.
Sei lá... Era uma amizade sem precedentes e sem ligações externas... Só éramos amigos e muito amigos no serviço e na faculdade, ele estava quase terminando o mesmo curso que eu, Jornalismo.
Fora essa coisa de interromper a conversa pra ir “vomitar rapidinho” ele me parecia uma pessoa normal... Aliás, cada um tem sua mania. Mas uma doença, dessas estranhas que ninguém sabe o que é, o levou embora. Na verdade, me levou embora... André perdeu a memória e junto com ela eu tbm.
Enquanto ele estava doente, eu tentei ir visitá-lo... Mas sabe quando a coisa não funciona? Pois é não consegui. Fiquei acompanhando de fora... Quando me disseram que ele havia perdido a memória eu desisti de ir ao encontro dele. Justamente, por querer preservar a memória que tenho daquela coisinha seca e comprida, de alguém que sempre que me via, vinha logo me beijar a testa e me dar um abraço. É assim que lembro do André. E hoje, principalmente hoje, senti muita saudade.

sábado, julho 11, 2009

Cozinhando com eles...

Cabelo tem vida própria. Ela sempre fora uma ótima cozinheira, aprendeu a arte ainda cedo. Todas as dicas e truques quem lhe ensinou foi o pai. Segurança, organização e higiene, principalmente higiene. Nada de fazer como a avó que, antes de ser proibida de mexer com o alimentos, assoava o nariz nos panos de prato.

Tudo era preparado impecavelmente, mas ela não tinha culpa de ter queda de cabelo... Não, não era culpa dela, é do estresse da vida moderna. E sempre que cozinhava fazia a vistoria de todos os preparados, pra não passar vergonha caso alguma coisa “caísse saísse do normal”.

Manhã de sábado... dia lindo, sol quente e brilhante, tanto que doía. Peixe, e todos os ingredientes para uma moqueca deliciosa.

Prepara, prepara, prepara

Prova, prova, prova

Comemora, comemora, comemo... eca!

Fio enooooooooooorme de cabelo. "Cara isso não é meu não bicho! Tô de touca, tenha dó...peraí, outro fio?"

Mais um. Outro e outro... "Misericórdia!" Não eram só fios aleatórios, era um bolo de cabelo, desses que se tiram de vassouras. Fora isso, a moqueca ficou perfeita. E ninguém notou, afinal de contas ela sempre cuidou muito bem dos cabelos, higiene é tudo.


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sexta-feira, julho 03, 2009

Ando assim... nostálgica.


Estava aqui relembrando... E senti saudades dos tempos em que te via ou ficava contando os minutos pra te encontrar. Aí, pondo na balança... Vi que não me fizestes mal, apesar de tudo você foi a pessoa que mais me respeitou. Entende isso? Pelo menos as emoções eram infinitamente melhores.

Ando achando tudo vazio. O coração não bate forte, as mãos não suam e nem as pernas estremecem. É provável que esse carinho todo e essa saudade sem muita explicação seja porque, de fato, você foi o primeiro homem da minha vida. Não existe idealização, estamos em caminhos opostos... Em tempos diferentes e com planejamentos diferentes, assim, como sempre foi. Não nascemos um para o outro, tudo foi natural e não restam pendências. O carinho continua o mesmo.

Eu só precisava te contar.