sábado, julho 03, 2010

Algum conceito sobre alguma coisa...

“Isso deve durar a vida inteira” foi o que meu pai disse quando viu um rolo gigante de papel toalha. E quantas vezes a gente não vê alguma coisa e pensa o mesmo¿ seja ele problema, pessoas ou sentimentos... Tudo parece eterno e quando algo não parece tão seguro e imortal, nos causa terror. Não é difícil agir de uma forma que agrade a todos ou a pelo menos a maioria, às vezes escondemos quem realmente somos, abdicamos de alguns prazeres pessoais ou fingimos gostar de algo pra tentar agradar e sermos “normais” . Estamos rodeados por galeras, por pessoas de “gostos” comuns, mas no fundo não é bem aquilo que desejamos. Ao invés de participar de uma turma, você preferisse estar em casa de bobeira, vendo inutilidades na televisão, pensando alto, cantando músicas inventadas na hora e compartilhando isso com alguém que você ame. Ou não, porque se curtir é bom também. Mas pelo contrário, a gente é e faz coisas que não gostamos, seguimos o comum, mentimos e agredimos facilmente e trememos ao ter que dizer a verdade ou palavras de carinho, procuramos o infinito, quando na verdade ele não existe. Um dia, você é pego de surpresa perdendo alguma coisa ou alguém importante. E percebe que não pode fazer absolutamente nada. E aí nota o tempo perdido.
O que nos prende é o comodismo, eu não sei dobrar roupas e nem fazer penteados em cabelos e nunca me interessei em aprender, minhas roupas ficam de um jeito que eu gosto e isso não me incomodava, até hoje porque vi o quão desastrosa eu sou com isso, meu cabelo eu uso de um jeito só, mas um dia terei filhas e elas precisarão de uma mãe que saiba criar... mas tbm não me preocupo, talvez eu tenha só meninos. Ou nem tenha filhos, crie apenas cachorros que, definitivamente, não ligam pra esse tipo de coisa. Também não sei fazer bolo e eu queria saber, pensei em entrar num cursinho e tudo, tentei algumas vezes... mas nenhum ficou bacana de se olhar quanto mais de se comer, exceto um de cenoura que fiz... esse sim, ficou lindo e gostoso, mas o excesso de fermento me causou a primeira azia que lembro na minha vida. Ele era bacana por fora, mas não prestava na sua essência. E é basicamente nisso que a gente se prende, beleza e pouco conteúdo. É fácil ficar entediado, querendo coisas novas e esquecermos de viver o presente, de curtir as pessoas que realmente importam, de fazermos o que realmente nos faz feliz, de sermos quem somos, sem a preocupação com o que dizem de trabalharmos naquilo que nos satisfaz. Temos medo de perder ou de arriscar, vivemos como se tudo fosse eterno e não nos dedicamos o bastante ou somos sinceros o suficiente. Correr de julgamentos, é correr da vida. Pensar que não se é capaz de fazer algo, é morrer antes do tempo. Ter pena de si mesmo e viver reclamando é viver doente e afastar as pessoas que querem ajudar. No fundo a vida é simples, quem dá sabor as coisas somos nós. E um dia, tudo acaba. Tudo.

quarta-feira, abril 21, 2010

Fumaça em meus olhos*

Não gosto muito de usar outros autores em meus textos, mas devido a minha falta de léxico e principalmente de criatividade, e apesar de já ter postado um outro texto sobre família... fui atrás de algo que exemplificasse melhor o que sinto.

A família é um núcleo de convivência, unido por laços afetivos, que costuma compartilhar o mesmo teto. É a definição que conhecemos. Entretanto, esta convivência pode ser feliz ou insuportável, pois seus laços afetivos podem experimentar o encanto do amor e a tristeza do ódio. E a morada sobre o mesmo teto? Dependendo dessas fases contrastantes, ela pode ser um centro de referência, onde se busca e se vivencia o amor, ou... um mero alojamento.
Não odeio minha família pelo contrário, a amo muito. Entretanto a convivência está cada vez mais complicada, entendo até como natural os pais quererem que os filhos progridam, ganhem dinheiro e sejam reconhecidos. Até mesmo pra poderem encher a boca quando comentarem com os amigos. Ultimamente a única coisa que os meus pode dizer quando perguntam “Como está a Palloma¿” é “ desempregada, solteira e não consegue terminar o bendito curso na faculdade”. Infelizmente nossos velhos não sabem o quanto são cruéis quando nos jogam na cara certas coisas. Talvez se eu fosse qualquer uma nem me importasse, mas eu me cobro muito tbm. Estar desempregada não foi proposital, eu fui assediada e era insuportável agüentar aquele homem idiota. Solteira porque... ah que porcaria isso não é doença. E não terminei a faculdade pq desencantei totalmente com aquilo, mas vou terminar por obrigação. Mas não sou um peso, não me vejo assim... afinal desde os 16 anos eu ganho meu dinheiro, só agora tô nesse perrengue. Enfim, devo continuar acreditando que as coisas são transitórias e o meu tempo está chegando.
*título pra se analisar. Mentira, foi falta de criatividade mesmo título tirado daqui.

sábado, março 13, 2010

O velho papo.

Eu jamais pensei que fosse possível ficar ausente da vida. Então eu viajei. E vi o quanto perdi me mantendo afastada. Perdi a época certa de me formar... Hoje meus amigos estão fazendo pós e eu presa em algum período da faculdade que nem sei bem qual é. Perdi meu emprego e hoje estou sem dinheiro pra comprar as coisas que tanto gosto e me são “necessárias” depois de sete anos literalmente posso dizer que estou fora do mercado de trabalho e junto com isso perdi o poder competitivo. Perdi meu amor próprio e até hoje tava aceitando qualquer pessoa pra ficar ao meu lado. Perdi tanta coisa boa.
Viajar é bom. Como diria um amigo “faz você desacostumar das coisas e enxergar tudo diferente quando volta”.
Estou tentando fazer isso... Mudar o meu modo de ser, de enxergar as coisas, Quero voltar a sonhar. Sonhar, eu nem sabia mais o que era isso. Mas começo a vislumbrar aquilo que havia esquecido. E é tão bom, parece um fôlego a mais. Um fogo que te joga pra frente. Fazendo o passado ficar onde ele deve estar, no passado.
Cansei de ver nuvens