terça-feira, janeiro 20, 2009

minhas experiências pós morte...

Nesses 22 anos de vida, participei de seis velórios. Uma média de 0,27 enterros por ano (sempre quis usar um dado como esse). Com exceção de um, os outros foram momentos agradáveis. Não me entendam mal, é porque cada um marcou um recomeço em minha vida. Quando eu tinha sete anos, meu avô faleceu. Como não tínhamos relação afetiva eu pulei de alegria, pois seria meu primeiro contato com um defunto humano e eu achava que era algo bacana, pois a mamãe vez ou outra passava a madrugada fora de casa, velando algum corpo... Na minha cabeça, se alguém fica fora de casa durante a madrugada é porque a coisa é boa. Foi horrível... Não tive coragem de chegar perto, a viúva me contou detalhes me mostrando os cômodos da casa por onde ele havia passado pouco antes de "bater as botas", e ainda tive alucinações, só melhorou quando chegou a hora do almoço... Não esqueço aquele arroz soltinho junto com um frango ao molho delicioso, mas passei um bom tempo tendo pesadelos durante a noite. Anos depois, entrei de penetra no velório da afilhada de uma bisavó minha, esse sim foi bacana... Perdão, mas se a família dela tava tomando Skol eu que não iria sofrer. Foi nesse dia que eu resolvi encarar meu medo, aproveitei que ela estava sozinha na sala e comecei a explorar. Cheirei, cutuquei, tentei descruzar os dedos dela, apertei o nariz, mexi nos cabelos, pus a mão na testa dela pra sentir o tão famoso “gelado”. Após isso, voltei a dormir... Acreditando que realmente os mortos não fazem nada. Creio que dois anos após morreu minha bisavó, e essa foi a última vez que tivemos uma reunião familiar, já que ela era quem unia todo mundo. O quarto foi de um tio meu... Nesse dia, eu recebi a noticia da minha aprovação no vestibular. Minha mãe chegou tão feliz no local que ninguém tava mais se importando com o escândalo que uma tia minha tava fazendo. Detalhe essa mesma tia saiu do velório direto prum aniversário de criança e ainda nos convidou. Também não vou esquecer do quanto as pessoas são bobas com algumas crenças... Ele estava com um prato de sal grosso no peito, me disseram que era pra proteger, algo assim... Certo, proteger de quê? Céu ou inferno, não tem escolha depois de morto.
Em 2006, “me convidei” pro velório da avó que um amigo... Nós estávamos brigados há meses e eu vi que seria uma oportunidade de fazermos as pazes. Fui oportunista, mas deu certo.
O último, eu relatei aqui no blog... O interessante disso tudo, é saber que as coisas acabam... Cada um com sua crença. Pra mim, um dia prestaremos contas de tudo. Base cristã. Talvez a minha forma fria de falar sobre a morte, seja em função de nunca ter perdido ninguém próximo. Meus maiores sofrimentos foram pelos meus animais. Enfim, esse texto não tem nada a ver com liçãozinha de moral... Andei brigando com meus pais e pensei como seria minha vida sem eles, aí fui relembrar de tudo e de como as pessoas que amavam seus mortos agiram. Só isso.

Até hoje o episódio da família feliz que estava tomando cerveja me intriga...

perdão pelos erros não tenho corrigir agora, pq estou no serviço... SIM EU ESTOU TRABALHANDO. Aleluia!!! Transeguro na cabeça mano!